sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cadafalso

Galo a cantar, é o sol
Em minha cabeça, mais um dia
Calos em minhas pequenas mãos
Dor em meus pés descalços

O mato a cortar minha pele
O peso a abater minhas costas
A mão a ferir meu rosto
As palavras que me jogam no poço

O sol a se por, é a lua
Nada mais acontece, é a noite
Latas nas portas, é o medo
A dor em suas víceras, é a morte

A cama de palha, é o sono
O cansaço me inebria
Não ouço a lata, a morte espreita
Sorrateiro, foge ao seu destino

De novo de pé, não, não é o sol
É o grito, corro para ver
É ele, é a árvore, é a corda
A dor não mais lhe incomoda
Agora ela é só minha