domingo, 28 de março de 2010

A roda dos expostos

O espelho, a gênese diária de meus monstros imaginários. As verdades, quimeras fugazes, folhas no outono, frutos maduros a caminho da putrefação. A memória, amarga memória de um tapa forte, bem no meio da face, não deveria ter sido assim. O discurso, matéria-prima única desses castelos de areia que ao final da tarde a maré destrói. O orgulho, esse sim seu amigo diário, sentado a mesa, comendo de seu cereal, e lhe defrontando com aquele olhar taxativo que diz, o mundo tem que ser seu. A confusão, puta traiçoeira não lhe deixa decidir para qual lado correr. A morte, mãe acolhedora, sem pressa, a espreita para lhe dar o tenro abraço e lhe dizer ao final, que tudo não passava de uma birra adolescente.